Questões Raciais!
A “espécie
humana”(não sei se esta será a designação científica mais correcta. Neste
domínio sou um leigo na matéria) é constituída por diferentes raças. Cada uma
apresenta características físicas, culturais e comportamentais específicas (a
cor da pele será porventura a mais evidente).
No entanto, apesar das
naturais diferenças, as semelhanças entre elas são em muito maior número.
Independentemente da raça, todos os humanos, têm uma cabeça, dois olhos, duas
orelhas, dois braços, etc, etc... E também se verifica a curiosa situação de no
seio da mesma raça, existirem traços diferenciadores. Refiro a título de
exemplo as diferenças existentes entre um branco latino e um branco nórdico.
Portanto, é necessário ter
muita prudência, quando se afirma que uma determinada raça é superior a outra,
em virtude de possuir determinadas características. Poderão ser essas mesmas
características que nos colocam num plano inferior no interior da nossa raça.
Muito cuidado com isso!
Entendo assim que não há raças
superiores e inferiores, mas sim raças diferentes, cada qual com as suas
“vantagens comparativas” e nesta bio-diversidade é que se encontra a beleza da
“espécie humana”.
Saliente-se também que o
surgimento e o desenvolvimento das raças, explica-se em parte, julgo eu, devido
às condições naturais e ambientais dos locais da sua origem. Terão de concordar
comigo, que as características físicas de um branco nórdico, não serão as mais
adequadas para uma perfeita ambientação ao clima do continente africano, assim
como um negro, mais dificilmente se adaptará ao clima do norte da europa.
Pressupondo este facto, é
perfeitamente natural que cada pessoa no seu íntimo, prefira se localizar e
viver num sítio que se coadune com as suas características e onde encontre as
suas raízes. Eu, por exemplo, não sendo natural de Lisboa, foi nessa cidade que
concluí os meus estudos, tendo para o efeito residido aí durante cerca de cinco
anos. No entanto, o meu objectivo foi sempre construir a minha vida na região
de onde sou originário (Madeira) e é aqui onde presentemente resido, exerço a
minha actividade profissional e onde estão as minhas raízes.
Neste sentido, julgo que
não é de ânimo leve, mas sim com grande relutância, sacrifício e desgosto
pessoal que uma pessoa abandona a sua região ou País. Quando o faz, fá-lo na
procura de melhores condições de vida, que no caso o seu País não pode
proporcionar. No entanto, estou convencido, de que o desejo de qualquer
emigrante, é poder regressar à sua terra, se as condições que procura já
existirem.
Verifica-se presentemente
em Portugal e na Europa, uma presença maciça de pessoas provenientes do
continente africano. Esta presença tem provocado, alguns constrangimentos,
especialmente devido aos problemas respeitantes ao emprego, segurança e
criminalidade que desse facto resultam. Este cenário, é assim terreno fértil
para a propagação de ideias nacionalistas, racistas e xenófobas, com soluções
imediatistas, mas ineficientes na resolução da questão de fundo, que é a
seguinte:
A razão da crescente
migração de africanos para o continente europeu, é em grande parte consequência
do estado em que as potências colonizadoras deixaram as colónias. Enquanto
colónias, o objectivo dos países colonizadores foi unicamente extrair os
recursos baratos que as colónias disponibilizavam, em detrimento da criação das
condições de desenvolvimento sustentado para os povos colonizados (no caso da
educação, foi gritante esta imperdoável omissão). Assim, estes povos aquando
das descolonizações, foram em regra entregues a si próprios, num profundo
atraso cultural e miséria, factos que contribuiram de forma decisiva para as
sequentes guerras civis que alastraram em África.
O Mundo Ocidental, tem
assim muitas responsabilidades na situação que se vive presentemente. Em vez de
se optar por medidas segregacionistas, o caminho passa por o Primeiro Mundo,
pôr a mão na consciência e tratar de investir no Terceiro Mundo, corrigindo o
que de errado lá fez, criando assim as condições para que os africanos não
sintam necessidade de abandonar as suas terras de origem.
Se o Mundo fosse
harmoniosamente desenvolvido, as migrações existentes seriam unicamente
constituidas pelas pessoas mais competentes nas suas áreas, visto que estas
seriam requisitadas pelas mais poderosas empresas e organizações mundiais para
os seus quadros. A grande maioria, ao encontrar condições dignas de vida nos
seus Países, jamais quereria emigrar.
Não posso terminar, sem
fazer referência a um filme cuja mensagem me marcou: “O Dia da Independência”.
Nele, a Humanidade é ameaçada por uma superior força extraterrestre. A sua
derrota, só foi conseguida, pelo simples facto de todos os povos e raças no
Mundo se terem unido em torno de uma causa comum: a sobrevivência e a
independência do planeta Terra. A mensagem que retive, foi de que todos
precisamos de todos, e que as nossas naturais diferenças não devem ser motivo
de divisões, segregações, racismos, regionalismos e nacionalismos exacerbados,
mas sim factor de complementaridade na acção conjunta pela construção e
edificação de um Mundo mais justo e solidário.