sábado, 24 de agosto de 2013

Questões Raciais!

A “espécie humana”(não sei se esta será a designação científica mais correcta. Neste domínio sou um leigo na matéria) é constituída por diferentes raças. Cada uma apresenta características físicas, culturais e comportamentais específicas (a cor da pele será porventura a mais evidente).
            No entanto, apesar das naturais diferenças, as semelhanças entre elas são em muito maior número. Independentemente da raça, todos os humanos, têm uma cabeça, dois olhos, duas orelhas, dois braços, etc, etc... E também se verifica a curiosa situação de no seio da mesma raça, existirem traços diferenciadores. Refiro a título de exemplo as diferenças existentes entre um branco latino e um branco nórdico.
            Portanto, é necessário ter muita prudência, quando se afirma que uma determinada raça é superior a outra, em virtude de possuir determinadas características. Poderão ser essas mesmas características que nos colocam num plano inferior no interior da nossa raça. Muito cuidado com isso!
            Entendo assim que não há raças superiores e inferiores, mas sim raças diferentes, cada qual com as suas “vantagens comparativas” e nesta bio-diversidade é que se encontra a beleza da “espécie humana”.
            Saliente-se também que o surgimento e o desenvolvimento das raças, explica-se em parte, julgo eu, devido às condições naturais e ambientais dos locais da sua origem. Terão de concordar comigo, que as características físicas de um branco nórdico, não serão as mais adequadas para uma perfeita ambientação ao clima do continente africano, assim como um negro, mais dificilmente se adaptará ao clima do norte da europa.
            Pressupondo este facto, é perfeitamente natural que cada pessoa no seu íntimo, prefira se localizar e viver num sítio que se coadune com as suas características e onde encontre as suas raízes. Eu, por exemplo, não sendo natural de Lisboa, foi nessa cidade que concluí os meus estudos, tendo para o efeito residido aí durante cerca de cinco anos. No entanto, o meu objectivo foi sempre construir a minha vida na região de onde sou originário (Madeira) e é aqui onde presentemente resido, exerço a minha actividade profissional e onde estão as minhas raízes.
            Neste sentido, julgo que não é de ânimo leve, mas sim com grande relutância, sacrifício e desgosto pessoal que uma pessoa abandona a sua região ou País. Quando o faz, fá-lo na procura de melhores condições de vida, que no caso o seu País não pode proporcionar. No entanto, estou convencido, de que o desejo de qualquer emigrante, é poder regressar à sua terra, se as condições que procura já existirem.
            Verifica-se presentemente em Portugal e na Europa, uma presença maciça de pessoas provenientes do continente africano. Esta presença tem provocado, alguns constrangimentos, especialmente devido aos problemas respeitantes ao emprego, segurança e criminalidade que desse facto resultam. Este cenário, é assim terreno fértil para a propagação de ideias nacionalistas, racistas e xenófobas, com soluções imediatistas, mas ineficientes na resolução da questão de fundo, que é a seguinte:
            A razão da crescente migração de africanos para o continente europeu, é em grande parte consequência do estado em que as potências colonizadoras deixaram as colónias. Enquanto colónias, o objectivo dos países colonizadores foi unicamente extrair os recursos baratos que as colónias disponibilizavam, em detrimento da criação das condições de desenvolvimento sustentado para os povos colonizados (no caso da educação, foi gritante esta imperdoável omissão). Assim, estes povos aquando das descolonizações, foram em regra entregues a si próprios, num profundo atraso cultural e miséria, factos que contribuiram de forma decisiva para as sequentes guerras civis que alastraram em África.
            O Mundo Ocidental, tem assim muitas responsabilidades na situação que se vive presentemente. Em vez de se optar por medidas segregacionistas, o caminho passa por o Primeiro Mundo, pôr a mão na consciência e tratar de investir no Terceiro Mundo, corrigindo o que de errado lá fez, criando assim as condições para que os africanos não sintam necessidade de abandonar as suas terras de origem.
            Se o Mundo fosse harmoniosamente desenvolvido, as migrações existentes seriam unicamente constituidas pelas pessoas mais competentes nas suas áreas, visto que estas seriam requisitadas pelas mais poderosas empresas e organizações mundiais para os seus quadros. A grande maioria, ao encontrar condições dignas de vida nos seus Países, jamais quereria emigrar.
            Não posso terminar, sem fazer referência a um filme cuja mensagem me marcou: “O Dia da Independência”. Nele, a Humanidade é ameaçada por uma superior força extraterrestre. A sua derrota, só foi conseguida, pelo simples facto de todos os povos e raças no Mundo se terem unido em torno de uma causa comum: a sobrevivência e a independência do planeta Terra. A mensagem que retive, foi de que todos precisamos de todos, e que as nossas naturais diferenças não devem ser motivo de divisões, segregações, racismos, regionalismos e nacionalismos exacerbados, mas sim factor de complementaridade na acção conjunta pela construção e edificação de um Mundo mais justo e solidário.
 

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