quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Colhemos o que plantamos!
As guerras, o terrorismo e fenómenos afins suscitam-me as seguintes reflexões:
A espécie humana ao ser capaz de tal atitude revela que afinal é a única espécie irracional à face da Terra. Efectivamente, não conheço no mundo animal, outras espécies que matem sem ser pelo instinto de sobrevivência.
A humanidade encerra no seu seio uma imensidão de seres humanos, seres esses que se distinguem entre si por múltiplos factores: culturais, linguísticos, religiosos e rácicos.
Esta diversidade torna a espécie humana das mais ricas que existem na face da Terra. Pois bem, por paradoxal que pareça, é esta diversidade natural que tem mais contribuído para o crescente aniquilamento da nossa espécie, na medida em que são os próprios seres humanos que embora tendo consciência das suas naturais diferenças, acabam por não as aceitarem, fazendo que daqui resultem ódios ancestrais.
De que resultam esses ódios? Dos nacionalismos exacerbados, dos fanatismos religiosos, das teses defensoras da preservação das raças, alimentadas por interesses de natureza meramente económica.
São estas teses que ao longo da História Mundial, tem estado invariavelmente na base dos maiores conflitos que a Humanidade já conheceu.
Nacionalismos: De que serve elevarmos em alto e bom som o nome da nossa nação? Sempre que, em qualquer domínio qualquer país celebra uma vitória, seja no campo desportivo, no campo económico, ou cultural, essa vitória é sempre obtida à custa da derrota de outra nação ou país, não é assim? Quer queiramos ou não, só por este facto, está lançada a semente do ódio. Não ponho em causa o passado histórico dos países. Mas já é altura da humanidade encarar esse facto não como motivo divisionista, mas sim como elemento enriquecedor da sua essência. O Homem sempre teve necessidade de competir. Então, a formação de muitas das actuais nações tiveram por base muitas guerras onde os derrotados foram sempre espezinhados e denegridos. Por este motivo existem ódios que perdurarão ainda por muitos séculos. Neste sentido, é com muita tristeza, que assisto ás manifestações contra a globalização. Esta poderá não estar a ser conduzida da melhor forma, admito isso, mas temos de reconhecer que como muito bem disse um filósofo grego: " não sou um ateniense, mas sim um cidadão do mundo", todos nós pertencemos a um planeta, que é a nossa casa comum, no qual era suposto vivermos em harmonia, respeitando as diferenças, usando-as não como factores de segregação, mas sim como elementos complementares na construção de uma humanidade mais justa e solidária.
Fanatismos religiosos: é característica natural da natureza humana a sua dimensão espiritual. Não acredito em ateus absolutos. Acredito sim em pessoas que não se revêem em nenhuma das actuais religiões. Agora qualquer um de nós, ser humano e mortal, tem necessidade de se apoiar em algo não material, em algo invisível, que continuamente nos orienta e guia no nosso quotidiano. Ora bem, cientes desta necessidade espiritual, os fundadores das religiões aproveitaram essa característica humana, para dogmatizar a forma como cada pessoa devia encarar a relação com o "eu espiritual", surgindo assim as religiões. E tem sido estas que também têm contribuído para muitas das guerras que a humanidade já conheceu. Pergunto: qual a necessidade de existirem religiões? Cada um não é livre de expressar e viver a sua fé do modo que lhe mais convier e lhe for mais aprazível? Admito que possa chocar muitas pessoas, mas por consideração com todas as pessoas mortas ao sabor dos fanatismos religiosos que por aí proliferam, eu considero as religiões como das maiores aberrações surgidas e criadas pelo Homem.
Preservação das raças: a natureza humana é constituída por raças diversas, é uma realidade incontornável. Contudo, também é natural que pessoas de raças diferentes se sintam atraídas entre si. A prova disso é que a miscigenação racial é um fenómeno com tendência crescente. Se assim é, porquê contrariar uma tendência natural? Deixemos que a humanidade construa o seu destino rácico da forma que melhor entender, ou miscigenando-se ou mantendo-se separada. O que importa é não contrariar as pessoas nas suas opções individuais, nos seus instintos íntimos. Devemos todos ter a liberdade de nos miscigenarmos se assim o quisermos, como também devemos ser livres de o não fazer se assim o entendermos ser o melhor para nós. Agora impor segregações ou misturas à força é que não. São estas imposições que também estão na base de muitos conflitos.
No fundo, todas estas reflexões só me levam a concluir o seguinte: Colhemos sempre o que plantamos!

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